A importância de desenvolver a autoliderança

Quantas vezes ouvimos a frase “as pessoas são contratadas por suas habilidades técnicas, mas demitidas por seus comportamentos”?

Isso tem sido uma realidade cada vez mais clara e presente nas organizações. Apesar das empresas investirem em processos e treinamentos que auxiliam no desenvolvimento comportamental de seus colaboradores, muitas vezes acabam não constatando as mudanças desejadas no dia a dia.

Autoliderança: como desenvolver essa habilidade

Olhando para esta questão, fica cada vez mais evidente a importância de envolvermos os colaboradores no seu próprio desenvolvimento, na gestão da sua carreira, permitindo que eles assumam a responsabilidade pelo direcionamento profissional que desejam seguir, e consequentemente, gerem as mudanças comportamentais necessárias para alcançarem os seus objetivos.

Isso é possível de ser feito a partir do momento em que esse colaborador passa por um processo de autoconhecimento, entendendo quais são os seus talentos e seus pontos de melhoria, quais são os seus valores e motivações, qual é o seu propósito de vida.

A partir da compreensão destas características, o profissional passa a ter a iniciativa necessária para escolher e traçar suas próprias metas. Esse processo pode ser entendido como o desenvolvimento da autoliderança, ou seja, fazer com que uma pessoa torne-se líder de si mesma.

Ser líder de si mesmo é antes de tudo uma atitude que é tomada pela própria pessoa com a intenção de ser melhor do que já é, assumindo as responsabilidades por suas ações. É aprender a fazer a gestão dos seus pensamentos e emoções. É ter a consciência e responsabilidade por seus comportamentos e o impacto que causa nos outros, ampliando as possibilidades por meio da escolha de suas atitudes.

Liderança e PNL

Uma das formas de compreendermos e desenvolvermos a autoliderança é por meio da PNL (Programação Neurolinguística). A PNL é baseada em fundamentos científicos que estudam os códigos de comunicação verbais e não-verbais e os padrões de funcionamento do cérebro, imprimindo novos e melhores padrões de comportamento nas pessoas, potencializando talentos e resultados. É uma metodologia que visa o estudo da excelência do ser humano. Um dos modelos que a PNL utiliza no desenvolvimento humano são os Níveis Neurológicos, criado por Robert Dilts com base no trabalho de Gregory Batson.

No formato de uma pirâmide, os níveis neurológicos são assim estabelecidos, de baixo para cima:

AMBIENTE: a base da pirâmide é o nível do Ambiente, ou seja, onde e quando estamos atuando. Todos frequentamos diversos ambientes, como a empresa, casa, universidade, etc.

COMPORTAMENTO: o segundo nível é formado pelos nossos comportamentos, ou seja, o que estamos fazendo nesses ambientes. Nesse nível podemos colocar todas as atividades que executamos ao longo do dia, como por exemplo, se estamos elaborando um relatório, participando de uma reunião, ministrando um treinamento, fazendo uma venda.

CAPACIDADES: o terceiro nível está relacionado com as capacidades que desenvolvemos, ou seja, como realizamos as nossas diversas atividades. Alguns profissionais da área de vendas realizam negociações apresentando detalhadamente todas as características dos produtos, enquanto que outros investem mais tempo criando relacionamento com o cliente. Ambos estão numa atividade de vendas, mas a forma como fazem é completamente diferente. O mesmo acontece se pensarmos na condução de uma reunião, ou quando se ministra um treinamento, etc. A atividade é a mesma, mas como a realizamos está relacionado com as capacidades que temos desenvolvidas.

VALORES E CRENÇAS: o desenvolvimento das nossas capacidades está diretamente relacionado com os nossos valores e crenças. Por que fazemos o que fazemos? Apenas se acreditarmos que uma capacidade é importante, nós vamos buscar desenvolvê-la.  Por exemplo, muitas vezes vejo as empresas investindo em treinamentos de feedback, focando em ferramentas de como proporcionar feedbacks mais assertivos. No entanto, se o colaborador acreditar que o feedback é uma crítica ou que pode prejudicar o relacionamento, ele não irá aplicar estas ferramentas, por melhores que sejam. Outro exemplo é o desenvolvimento da capacidade de planejamento. Se o colaborador acreditar que o planejamento é uma perda de tempo, também não irá desenvolver essa capacidade. Se desejamos gerar uma mudança de comportamento, precisamos primeiro entender quais são as crenças, valores e modelos mentais por trás do comportamento.

IDENTIDADE: esses valores e crenças são fundamentados a partir da construção da identidade da pessoa, que está relacionada ao seu propósito nos diferentes papéis que assume, como por exemplo, líder, pai, filho, esposa. Quem sou eu? Como eu quero ser visto e lembrado? Qual o impacto e a marca que eu quero deixar?

SISTEMA: por último temos o sistema, ou seja, quem mais me influencia e inspira na construção da minha identidade. Quem são os meus mentores, podendo ser profissionais, familiares, uma comunidade ou até mesmo um país. O sistema influencia a formação da identidade, que irá definir as crenças e valores, que irão impactar o desenvolvimento das capacidades, gerando os comportamentos nos ambientes onde atuamos.

O Modelo dos Níveis Neurológicos indica que o desenvolvimento da autoliderança ocorre no momento em que o colaborador identifica cada um desses níveis em sua vida, podendo desta forma construir o profissional que deseja ser, passando a ter domínio das suas próprias atitudes e da gestão da sua carreira.

Ele deve entender como o sistema influencia ele e quem serão os mentores no seu desenvolvimento. Construir a sua identidade definindo o seu propósito de vida, para então ressignificar as suas crenças e modelos mentais limitantes, e se conectar com os seus valores fundamentais que irão nortear a sua forma de agir. É entender quais são as capacidades que ele deseja desenvolver, fazendo um levantamento de seus pontos fortes e pontos fracos, que irão auxiliar na descrição do seu plano de desenvolvimento individual.

Todo esse trabalho irá influenciar diretamente a mudança de comportamento e, consequentemente, os resultados que conseguirá alcançar no ambiente onde atua, tornando-se líder de sua própria carreira.

Os benefícios da autoliderança

Ser líder de si mesmo é saber guiar suas emoções e assim melhorar sua forma de viver. As emoções fazem parte de nossa personalidade, da nossa vida. Podem ser gerenciadas a medida que reconhecemos e entendemos como elas nos fazem agir.

Profissionais com maior competência emocional se caracterizam por apresentarem o caráter, o compromisso, a criatividade e a energia necessárias para apresentarem desempenho superior em suas carreiras e na vida como um todo, garantindo que os pensamentos e ações se tornem produtivos e adequados para cada situação.

Têm conhecimento sobre seus recursos positivos e talentos, podendo acessá-los em momentos de adversidade. Isso permite desenvolver relacionamentos com maior respeito e empatia. Ser líder de si mesmo é melhorar a capacidade de resiliência, permitindo que momentos onde ficamos predispostos a nos afastar ou desistir de nossos objetivos se transformem em alavancas que nos impulsionam para conquistá-los. É conhecer os programas mentais que regem as decisões, compreendendo melhor o funcionamento da nossa identidade emocional, permitindo escolhas mais assertivas.

Todos nós buscamos construir uma carreira de sucesso e obter maior qualidade de vida. Para isso, precisamos aprender mais sobre o nosso funcionamento interno, nos tornando mais alinhados, íntegros e centrados com os nossos valores fundamentais.

As empresas buscam hoje profissionais que foquem na auto gestão da sua performance, que consigam desenvolver habilidades para melhorar resultados e buscar a excelência nas mais diversas competências exigidas nas relações corporativas.

No entanto as mudanças comportamentais acontecem de dentro para fora, e são regidas diretamente pelos nossos pensamentos e programas mentais. Se buscamos hoje melhores resultados e excelência nas organizações, devemos focar na autoliderança, desenvolvendo a motivação e iniciativa para escolher e traçar nossas próprias metas profissionais e pessoais.

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