por Gilberto Craidy Cury

Quando se fala em PNL – Programação Neurolinguística – constata-se ainda hoje um grande desconhecimento quanto à área em que a matéria se enquadra. Apesar de existir há mais de duas décadas, muita gente não sabe se PNL é algo relacionado à psicologia, à medicina ou ao campo da linguística. A Programação Neurolinguística nada mais é do que um conjunto muito rico de técnicas pragmáticas de comunicação, através das quais o indivíduo aprende a viver melhor e a atuar de uma maneira eficiente nas situações que o cercam.

Chama-se Programação, porque podemos programar o que queremos fazer para nos livrar de comportamentos indesejados, que nos incomodam, bem como podemos reforçar comportamentos ótimos; Neuro, porque a base de nossas ações começa no cérebro e Lingüística porque toda a nossa comunicação, seja em pensamento, seja com os outros, é feita através da linguagem verbal e não verbal.

Uma das questões mais intrigantes com as quais o ser humano se depara é o funcionamento cérebro. Nos encontramos a menos de quatro anos do novo milênio e a busca pelos substratos da personalidade humana continua. Desde o século XVII surgiram teorias bem fundamentadas, baseadas no método analítico de Descartes. Nos séculos XVIII e XIX, com o desenvolvimento de processos tecnológicos, experimentos do comportamento elétrico de células do cérebro passaram a ser possíveis e surgiu uma nova visão dos fenômenos cerebrais. No início do século XX Freud lançou sua teoria psicanalítica apresentando semelhanças com as teorias da Índia antiga, onde os Vedas hindus (5000 a.C.) já faziam referências ao inconsciente e à interpretação dos sonhos.

Na década de 40, com o esforço de guerra, e posteriormente, com o surgimento da cibernética, estuda-se o processamento da informação no cérebro humano, de maneira científica. Com a evolução desses estudos, já na década de 80, se estuda a inteligência humana como a capacidade de resolver problemas, possibilitando ao indivíduo utilizar melhor seus próprios recursos.

Atualmente contamos com livros “best sellers”, como “Inteligência Emocional”, de Daniel Goleman, onde se valoriza mais a pessoa que tem ferramentas para resolver problemas e compreender melhor situações e dificuldades emocionais, do que indivíduos com QI altíssimo, mas de difícil convivência. A PNL estuda a estrutura do funcionamento do cérebro. Com isso possibilita a melhor compreensão do pensamento, dos estilos de comunicação e dos padrões de comportamento humano. O ser humano não vive no território que o cerca, mas sim na representação que ele tem desse território. Portanto, um problema nunca é o fato em si, mas sim o significado atribuído a esse fato, pela mente da pessoa. Quanto mais o indivíduo tiver conhecimento sobre seu próprio funcionamento, mais possibilidades terá de ser feliz como profissional, como amigo, como pai, como mãe, como filho, como irmão.

Tema ainda bastante polêmico e atual, a PNL é uma moderna ciência que se caracteriza, dentre outras coisas, por ser um meio de acesso e desenvolvimento do potencial humano, em muitas áreas e direções. Surgiu na década de 70, nos Estados Unidos, criada pelo linguista John Grinder e pelo analista de sistemas e matemático Richard Bandler. Foi desenvolvida como auxiliar no processo terapêutico e a partir daí, mostrou-se extremamente útil em todas as áreas de interação humana. Embora possa ser utilizada como um instrumento em terapia possui aplicações muito mais amplas, porque é um processo que ensina o indivíduo a usar melhor seu potencial, estimulando o desenvolvimento de comportamentos positivos. Parte do princípio de que o cérebro tem linguagens próprias e precisa de comandos adequados para funcionar bem. A PNL é sobretudo um modelo que estuda como os sistemas agem e interagem, como as pessoas se relacionam e como elas se comunicam consigo mesmas. Todos somos terapeutas, no sentido amplo, porque estamos sempre, de várias formas, influindo no comportamento de quem nos cerca, em diferentes papéis, ora como pai, mãe ou filho, ora como empregado, aluno, assistente ou colega, e assim por diante.

Ultimamente, a enorme quantidade de cursos e seminários de conteúdo duvidoso, que são periodicamente ministrados sobre PNL têm provocado questionamentos básicos sobre a eficácia desta nova ciência. Como em todas as áreas de atuação, em qualquer parte do planeta, há bons e maus profissionais. Na área da PNL acontece a mesma coisa. Há charlatães que prometem, através da PNL, poder sobre as pessoas, sedução instantânea, solução de todos os problemas, enfim, milagres. Por isso é muito importante separar a técnica PNL, da ética de algumas pessoas que a utilizam. Em meio ao descompasso instalado pela falta de credibilidade resultante de algumas posturas antiéticas, há os profissionais, que agindo correta e eticamente sobrevivem a um mercado “desconfiado”, porque não geram expectativas e não prometem milagres, nem dão fórmulas ou receitas de felicidade e sucesso. Os novos tempos exigem nova compreensão dos fatos e o ser humano tem que saber gerar e alavancar seus próprios recursos para chegar à excelência, que é um processo dinâmico e interminável de busca, sempre centrado na realização do potencial humano.

Não se compra credibilidade, assim como não se compra estima ou prestígio. Quando aprendemos a estocar credibilidade ao longo da vida, esta “poupança” nos assegura as portas para o progresso, porque há concordância do discurso com a prática. A Programação Neurolinguística não tem nada a ver com o modismo de autoajuda, não é absolutamente o poder de dominar os outros, mas sim de conhecer os próprios sentimentos, porque é a arte da excelência humana.

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