O processo de empatia é um dos meios mais eficazes para aprimorar relacionamentos, melhorar comunicação, resolver conflitos e modelar os próprios sentimentos e comportamentos. Então confira nesse artigo tudo sobre a arte de compreender o outro, enxergando o mundo e a vida como ele.

Empatia é o processo de se colocar no lugar de outra pessoa e enxergar as coisas por meio da perspectiva dela, sem interferência de seus próprios juízos morais e emocionais.

Tal habilidade, quando exercida de maneira consciente, requer inteligência emocional, por demandar controle de sentimentos, flexibilização de comportamentos, bem como uma mente mais criativa e aberta.

Contudo, a empatia também flui de maneira natural e instintiva, como em ações altruístas de cuidado e socorro, por exemplo.

Desde o início do século XX, diversos médicos, cientistas e estudiosos de inúmeras áreas de atuação têm estudado mais a fundo o tema, desencadeando diversas perguntas, como:

  • A empatia é um processo social, filosófico ou psicológico de cada indivíduo?
  • Quais os benefícios de possuir empatia?
  • Quais os perigos de não desenvolver empatia? Falta de empatia é uma doença?
  • Os processos de empatia são meras percepções cognitivas, sentimentos, ligações afetivas, simpatia com o próximo ou são comportamentos que se desenvolvem mais em uns do que em outros?
  • Qual é a definição de empatia?

Bom, vamos começar primeiro dando a definição de empatia.

O que é empatia

imagem ilustrativo - empatia

O termo empatia foi traduzido do grego, originando a palavra alemã “einfüblung”, para designar uma experiência estética, um mecanismo por meio do qual o ser humano observa e compreende a perspectiva do outro, como uma experiência de “sair” do próprio eu e de expandir seus horizontes enquanto expectador de uma obra de arte.

Desde então, diversos meios científicos têm se preocupado em estudar a empatia como algo que causa impactos diretos em todas as áreas da vida.

Dessa maneira, desde as obras de arte, passando pela psicologia clínica, até a educação e estudos de desenvolvimento humano pessoal e profissional, como na Programação Neurolinguística, a empatia tem sido citada.

Confira também:

Componentes da Empatia

Como uma construção desses diversos anos de estudo, hoje percebe-se que a empatia é composta de uma construção multidimensional”.

Ou seja, podemos observar a empatia de três ângulos diferentes e, para que um comportamento ou sentimento possa realmente ser caracterizado como empatia, é preciso que esses três componentes trabalhem juntos.

Vamos ver cada um deles.

Componente Cognitivo

imagem ilustrativa - empatia

O componente cognitivo é a capacidade de prestar atenção e deduzir os estados afetivos e emocionais dos outros.

Ser capaz de observar outra pessoa e compreender seus estados emocionais de maneira imparcial e sem julgamentos é uma habilidade poderosa, ainda que trabalhosa de ser alcançada.

Isso se dá porque, para regular a própria perspectiva dessa maneira requer um trabalho de autoconsciência em conjunto com a consciência do outro.

Lembre-se das situações estressantes do dia a dia — alguém o ofendeu no trânsito, algum prazo estourou, discussões com o cônjuge, pode ser qualquer situação.

Agora, pense na pessoa que causou o estresse em você. Você consegue deduzir as motivações por trás das falas, ações e sentimentos demonstrados?

Pessoas empáticas possuem essa habilidade e conseguir fazer isso é extremamente benéfico para a autorregulação de sentimentos como de raiva, por exemplo.

Confira também:

Componente Afetivo

imagem ilustrativa - empatia

O componente afetivo refere-se ao interesse genuíno de atender as necessidades alheias. É o processo “pós-percepção”.

Quando fazemos esse processo de “troca” com o outro, o que pode (e deve) nos ocorrer é um verdadeiro entendimento de como o outro se sente.

Por esse motivo, pode-se dizer que a compreensão é, na verdade, uma das ferramentas mais poderosas para salvar, curar, restaurar e criar relacionamentos, tanto na vida pessoal como na profissional.

Se você compreender como seus clientes se comportam e se sentem, você pode ajustar sua comunicação para ter resultados mais produtivos.

Se você realmente se coloca no lugar de seu cônjuge, colegas de trabalho, amigos e os compreende, talvez fique mais fácil entender genuinamente o que antes poderia parecer mera desculpa..

Componente Comportamental

Já o componente comportamental se eleva mais à capacidade de reagir às necessidades dos outros.

Isto é, não basta apenas observar e captar o que se observa, bem como não basta compreender os sentimentos alheios, é necessário também saber reagir a essas demandas emocionais que surgem.

É preciso que o outro perceba que você o entende, que ele se sinta compreendido.

Exteriorizar os sentimentos empáticos, transformando-os em estratégias de relacionamento, comunicação e até mesmo autocura é o componente que une todas as coisas e faz a empatia ter efeitos práticos na nossa vida.  

O que significa ser empático?

imagem ilustrativa - empatia

Antes de entrarmos nos benefícios práticos que a empatia traz, vamos compreender de maneira mais profunda o que significa possuir empatia?

Empatia e a neurociência

A neurociência provoca inúmeros avanços para a humanidade.

A descoberta da neuroplasticidade, por exemplo, nos trouxe a perspectiva de que somos máquinas adaptáveis. Nosso cérebro possui a habilidade de modelar-se, aprender e alocar conhecimento.

E os estudos sobre empatia não ficaram de fora dessa avalanche tecnológica e científica.

Nesse sentido, estudos feitos com ressonância magnética demonstraram que determinados transtornos psiquiátricos provocam alterações em regiões do cérebro responsáveis pela empatia, diminuindo, assim as ligações neurais que provocam esse “espelhamento”.

Foi constatado esse tipo de alteração em, por exemplo, pessoas com alguns tipos de transtorno de personalidade e pessoas com espectro autista.

O processo neurológico da empatia

Quando observamos alguém fazendo qualquer coisa, nossos cérebros ficam mais ativos nas mesmas áreas em que o observado está atuando.

É o espelhamento tanto de emoções como de ações, e o nome disso é neurônio de espelhamento.  

Dessa forma, é comum nos sentirmos tristes quando vemos alguém profundamente triste. Se virmos alguém dançando, por exemplo, pode ser que nossos cérebros se ativem nessa área, provocando uma certa vontade de dançar também e assim por diante.

Fatores internos e externos da empatia

Apesar da neurologia ter sim uma importante relevância no processo de empatia, ela não é a determinante final.

Existem fatores internos — como a própria genética — e fatores mais externos — como a qualidade da educação na infância, o estilo de relacionamento de pais e filhos, entre outros— que influenciam.

Contudo, o desenvolvimento da empatia também depende muito de uma busca consciente de cada pessoa.

Ser empático pode ser resumido como alguém que possui a habilidade de se colocar no lugar do outro por meio do esforço mental (como a imaginação, por exemplo), buscando não apenas compreender seus sentimentos e perspectivas, como também usar essa compreensão para guiar as próprias ações, modulando sentimentos e flexibilizando comportamentos.

Confira também:

6 características de uma pessoa empática

“Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo reflectido nos olhos dele”.

Carl Rogers

Sendo assim, uma pessoa empática possui algumas características, como:

  1. Parar de pensar em si mesmo por alguns instantes
  2. Observar o outro com verdadeiro interesse
  3. Fazer um processo ativo de imaginação e se colocar no lugar do outro
  4. Não julgar
  5. Demonstrar compreensão verdadeira
  6. O outro perceber e sentir que é compreendido e acolhido

Empatia e a inteligência emocional

A verdade é que só se faz empatia com inteligência emocional.

Controle prévio das próprias emoções, boa comunicação interna e externa, capacidade de flexibilizar os próprios sentimentos, opiniões, percepções e em alguns casos, até os próprios direitos.

Portanto, apesar de sim, ser possível desenvolver a empatia, será desafiador desenvolvê-la sem inteligência emocional.

Confira também:

Os benefícios da empatia

imagem ilustrativa - empatia

Não é à toa que a empatia está entre uma das maiores estratégias de desenvolvimento humano. 

Isso acontece porque é impossível conseguir harmonia verdadeira com o outro sem um real sentimento de empatia, ainda que mínimo.

Pessoas empáticas podem transformar o lugar que passam, organizações empáticas podem ajudar a cuidar e desenvolver a sociedade em que estão inseridas, então são infinitos os benefícios práticos da empatia.

Contudo, vamos dividir em três áreas principais da vida das quais a empatia tem grande impacto.

Empatia para a autocura

Nos dias atuais é visto e utilizado terapias que desenvolvam atividades altruístas como meios de vencer baixa autoestima e sentimentos de inferioridade.

Colocar-se no lugar do outro, transportar-se, sair de suas próprias perspectivas e adentrar o universo do outro, compreendendo e aceitando seus sentimentos e reagindo de maneira cuidadosa, amiga e útil pode ser de fato um excelente remédio.

Colocar-se no lugar do outro é um processo de cura, de quebra de paradigmas, para crenças limitantes e sentimentos como raiva ou inveja.

Contudo, a empatia nesse caso não apenas ajuda a melhorar a saúde emocional e psicológica de alguém, como também pode revelar algum tipo de distúrbio.

Então, busque desenvolver sua empatia. Se você acha que possui alguma.

Confira também

Empatia para relações interpessoais mais positivas

Imagine que você está passando por uma situação delicada e precisa desabafar sobre algo muito doloroso com alguém.

Quem você escolheria: uma pessoa empática, capaz de compreender e aceitar suas palavras sem julgamento ou alguém que não consegue ir além dos próprios vieses e perspectivas?

Quando adquirimos e exercitamos a empatia, de maneira natural, as relações interpessoais se tornam mais positivas.

Isso acontece porque, quando nos deparamos com alguém ou em uma situação delicada ou que talvez haja um conflito, a empatia nos dá o poder de pararmos, avaliarmos a situação, modelar nossas próprias emoções, flexibilizar nossas reações, reavaliar nossos sentimentos, reagir de maneira mais sensível e delicada (ainda que objetiva).

Empatia nos confere sensibilidade com o próximo e por isso pode ser considerado também uma arte.

Não é à toa que bons amigos são extremamente empáticos um com o outro e, em geral, vivem fora da base dos julgamentos, respeitando tanto a opinião, quanto a experiência subjetiva de cada um.

Empatia para resolução de conflitos

Segundo o dicionário, conflito é a “ausência de concordância, de entendimento; oposição de interesses, de opiniões”.

Quando essas situações na vida acontecem, a resolução desses conflitos deve ser assertiva, principalmente se você estiver na liderança e o conflito acontecer ou entre você e alguém ou entre membros da equipe, onde é preciso fazer a mediação do conflito.

Quando isso acontece, pode ser que sentimentos de raiva ou discórdia tentem tomar o comando.

Pessoas que possuem alto nível de empatia, sempre que diante de situações de conflito conseguem ver o outro não como um “inimigo” a ser combatido e sim como simplesmente alguém com ideias, crenças, valores, pontos de vista e perspectivas diferentes das suas próprias.

Quando se compreende esse tipo de coisa, fica mais fácil observar no outro aspecto que talvez também existam em você. Ou enxergar em você mesmo coisas que também são enxergadas no outro.

Esse elo afunila as relações interpessoais, tanto profissionais quanto familiares e sociais.

Confira também

Sinônimos de empatia

Altruísmo, compaixão, piedade, simpatia, senso de pesar pelos outros e até mesmo o jargão popular “fazer aos outros aquilo que gostaria que fizesse para você”.

Todas essas coisas são realmente boas e necessárias, mas nenhuma delas é a mesma coisa que a empatia.

Poderíamos dizer que todas são espécies de consequências dos processos empáticos.

Quando observamos alguém em uma situação de grande desafio e dificuldade, e exercitamos a empatia, o correto é que essa “troca de lugar” gere sentimentos que afloram ações altruístas e sensíveis.

Altruísmo

O altruísmo é uma tendência natural e instintiva que leva o ser humano a se preocupar com o outro, gerando atitudes espontâneas contrárias ao egoísmo, como doação, cuidado, proteção e assim por diante.

Muitas formas de cuidado e proteção, como evitar que uma criança seja atropelada, apesar de altruístas, não provém exatamente de processos de empatia e sim de um sentido mais interno e instintivo.

Nesses momentos, não existe um esforço por parte da pessoa sobre como é estar na perspectiva daquela criança (como acontece nos processos pedagógicos e educacionais, por exemplo).

O que existe nessas situações é na verdade o senso de proteção (aquele sensor de alerta que temos dentro de nossas cabeças ao ver uma criança indo em direção à tomada, com a mão molhada e o dedinho estendido) que nos faz pular e correr.

Contudo, o altruísmo também pode ser alcançado por meio da empatia.

Ter experimentado situações semelhantes, conhecer ou ter convivido de perto com pessoas que passaram por situações semelhantes ou pelo próprio esforço de se imaginar podem gerar comportamentos altruístas, afinal, não é preciso ter passado fome para saber que a fome dói e mata.

Portanto, só de imaginar, conseguimos sentir o que é passar por determinadas situações.

Empatia e PNL

Existem muitas técnicas para desenvolver empatia, contudo, a Programação Neurolinguística é uma das mais eficazes nesse processo.

Quando adquirimos o conhecimento sobre conceitos como o mapa não é território, rapport, técnicas de comunicação, entre outros, tudo o que estamos fazendo é, na verdade, buscando meios de nos aproximar do outro, de afunilar nossos relacionamentos, de evoluir nossa comunicação, de sermos seres humanos melhores, seja no âmbito pessoal, como no profissional.

Confira também

Conclusão

Portanto, empatia é realmente uma arte, uma obra prima capaz de evoluir até mesmo os mais insensíveis dos seres humanos, capaz de revelar ajuda e auxílio nos momentos mais difíceis para aqueles que precisam.

Pais, mães, amigos, líderes, colegas de trabalho, empresários e empresas com cultura organizacional baseadas em ideias mais humanizadas e empáticas podem de fato mudar a realidade ao seu redor.

Então, confira o Blog da SBPNL e conheça mais sobre esse universo do desenvolvimento humano!

banner - conheça nosso blog

 

Fale agora com um consultor e tire suas dúvidas!